O deleite da beleza

Lua Cheia_27 fevereiro 2021

Por vezes caminhamos como cegos pelo mundo, alheios à imensa beleza da obra da Deusa, fechados na nossa pequena prisão mental. A dor retira-nos a curiosidade por tudo o que dia-a-dia desabrocha em nosso redor. Esquecemos o espanto ante o movimento que desfralda a eterna novidade da matéria.

Por outro lado, projetamos a confusão interna que nos tolhe no espaço que habitamos, caindo no caos. Agarramos relíquias do passado, sem compreender que jamais teremos ensejo ou paciência para abrir tanto baú. Criamos pois uma malha energética estagnada que nos prende, procurando ocultar a passagem do tempo através deste empenho aquisitivo e/ou cumulativo.

Esta Lua pede depuração e criatividade, contemplação e deslumbramento. Vamos deixar partir o que já não faz parte ativa de nós, para dar espaço ao novo e concentrar força em propósitos maiores. Vamos ver os múltiplos milagres da existência — desde as trocas celulares do nosso corpo, até à dança do cosmos. Respiremos em crescente consciência, honrando os elos com a casa Mãe que nos nutre e pelo espaço nos transporta. Sigamos o deleite da beleza.

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Image Diana V. Almeida. Street Art, Lisboa
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