Lua Cheia_28 janeiro 2021
Esta Lua traz à tona de modo bombástico as nossas contradições, convidando-nos a examinar zonas obscuras que devemos continuar a trabalhar, feridas que queremos sanar. A tensão é tamanha que abala as nossas mais fortes resistências, reduto de antigas crenças que nos transmitiam uma falsa sensação de segurança, em diversos áreas, desde os relacionamentos até à política, passando pela alimentação e pela saúde.
De facto, a atual conjugação planetária desafia a rigidez e de novo nos convida à atenção plena, ancorada no momento presente, em total entrega ao fluxo da vida. Esta energia expansiva pode, pois, ampliar medos e estratégias de negação (não vai correr bem, escusado será dizer!), ou sustentar o movimento ascensional coletivo para uma mais elevada vibração de consciência.
Podemos persistir na reiteração de crenças externas, baseadas na religião, na ciência ou em quaisquer outros sistemas de pensamento totalitários que se apresentem fechados, com respostas prévias. Ou podemos assumir responsabilidade pelas nossas convicções, reconhecendo que os conceitos pelos quais nos regemos são, afinal, construtos energéticos, com impacto material no mundo. Sim, sabemos ser condicionados, em maior ou menor grau, pelos paradigmas epistemológicos da cultura em que nascemos, mas, crescendo em maturidade, tornamo-nos progressivamente responsáveis pelas ideias que professamos e propagamos.
Vamos continuar a encobrir a nossa dor com esquemas que obedecem a uma lógica cumulativa (mais coisas, mais dinheiro, mais estímulo, mais informação, mais amnésia, mais…), ou optar por ativar os recursos internos que nos ligam à fonte da alegria? Vamos interrogar a programação massiva a que estamos a ser sujeitos, sob o domínio do medo, ou escolher fazer pesquisa? Vamos persistir em eleger a razão como faculdade suprema, ou começar a usar os dados da nossa perceção sensorial, ligando-nos à intuição e aos planos mais subtis da existência? O que vais tu explodir nesta lua?
Image Diana V. Almeida. Street Art, Lisboa.