Lua Nova 1 novembro 2024
Há muitos anos, uma mulher sábia, a quem recorri por males de amor, dizia-me ser impossível andar para a frente olhando para trás. E, erguendo-se, exemplificou, tentando avançar com o corpo tolhido por uma torção impossível de suster. Compreendi o conceito, mas, nas velozes voltas da cabeça, continuei muito tempo a lamentar o passado.
Sendo intempestiva, tendo a tomar decisões por impulso, sem respirar. Porém, à medida que me vou apercebendo das consequências de algumas dessas escolhas, tropeço na tentação do arrependimento. Acrescento, então, outro peso aos efeitos primeiros das minhas decisões precipitadas.
Para mais, manieto-me, quando intento convocar para o presente qualidades fantasmagóricas, que sé existem no carril da imaginação. E assim cerro as inúmeras propostas em devir, procurando recrear algo que, pela própria natureza da experiência humana, jamais poderá vir a repetir-se.
Talvez seja este, afinal, o sentido profundo da punição sofrida por aqueles que olham para trás nos mitos — a desconfiança de Orfeu gorando o resgate de Eurídice, condenada para sempre à escuridão do submundo; a curiosidade ou mágoa da esposa de Lot, transformada em estátua de sal, ao fugir da destruição de Sodoma (Génesis 19). Sim, urge fazer as pazes com o passado, para podermos inaugurar a novidade do presente.
Este processo pede um trabalho de perdão, implica reconhecer e aceitar os nossos limites, na certeza de termos feito o melhor que soubemos e pudemos, nas circunstâncias em que nos encontrávamos. Por outro lado, pede também confiança, convicção de que a vida nos leva pela via evolutiva que serve o propósito da nossa alma. Por fim, pede ainda compromisso, na assunção da responsabilidade de nos empenharmos a superar os padrões que bloqueiam o nosso crescimento e nos toldam horizontes.
É tempo de rememorar o nosso percurso com compaixão e carinho, reconhecendo conquistas, voo, quedas, e considerando como estas últimas nos fortalecem e servem (sempre!) um propósito de aprendizagem. Vamo-nos moldando mais fortes e sábios, com o tempo. E queremos honrar o caminho que nos trouxe até aqui-agora, abraçar todos os trunfos, pois, a cada instante, estamos cada vez mais perto de quem viemos ser.
#image_dianavalmeida — Autorretrato nos pés da Criação_ verão 2017
::::::: Sobre o meu trabalho :::::::
O meu serviço centra-se na Criatividade, instrumento de trabalho que manifesto de diversos modos.
Ofereço uma terapia holística, combinando energia, taças tibetanas, cristais, sinergias de óleos essenciais personalizadas e (se a tua pele quiser ser tocada) massagem intuitiva — Afinar o Coração. Na Colmeia (Antiga Escola Primária de Fontanelas, Sintra).
Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita e meditação, ou mentorias criativas individuais para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico específico — Escrever o Coração.
Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida.
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