A esperança comedida

À minha frente estava a raiva, na mesa do jantar, ripostando de rajada contra os senhores do mundo. Acumulavam-se adversativas, num raciocínio altissonante, sendo as minhas intervenções “óbvias” lenha para a fogueira da indignação. O meu interlocutor mal respirava, na urgência do contraditório, mente em chamas.

Fiquei um pouco triste, reconhecendo-me naquele preciso lugar de fala, anos atrás, acesa na velocidade do raciocínio, preferindo dizer a escutar, tão certa estava. Também então me excitava acrescentar factos, contra argumento inimigo, provando a minha sageza. A conversa era uma luta. Ganhasse o melhor.

Falávamos de esperança, ou da falta dela, num mundo fechado a qualquer melhoria, dominado pelo poder maior daqueles que por nós decidem. Mas onde fica a liberdade, neste cenário de total constrangimento? 

Cada escolha conta, dizia eu. “Sim, mas”, prosseguia a raiva, escudada na fórmula do não consentimento. E lá vinha o ror de desgraças, injustiças, dislates, paradoxos, tudo coisas das notícias. Falava a mente, não o coração.

O coração expande, a partir da consciência intuitiva, elo que transcende o raciocínio e nos abre ao espaço-tempo cósmico, à possibilidade manifesta. A mente coarta, porque a sua inquieta proliferação não tem fim. O coração chega ao silêncio do infinito. A mente enleia-se nas suas infindas elucubrações.

Neste momento histórico de rutura de paradigma, em que a oposição conservadora se evidencia, na tentativa frustre (demos tempo ao tempo!) de andar para trás, é fácil cair no desconsolo. Em vez de entregar os pontos, podemos, porém, escolher cultivar a esperança comedida, que emerge na humildade firme da micropolítica, dia após dia, gesto a gesto.

Se há quem tenha nascido para as luzes da ribalta, por vezes para se desgraçar, mostrando o seu pior, a imensa maioria da humanidade realiza a sua revolução no segredo da escolha reiterada, na partilha luminosa com a sua comunidade de amor. Possamos, pois, brilhar, nesta fé. As grandes mudanças, aliás, sempre foram feitas por uma minoria.

#image_dianavalmeida — Street Art, Lisboa

::::::: Sobre o meu trabalho :::::::

O meu serviço centra-se na Criatividade, instrumento regenerativo que manifesto de diversos modos.

Ofereço uma terapia holística, que usa as mãos (para mover energia), taças tibetanas, cristais, voz e  sinergias de óleos essenciais  — chamei-lhe Afinar o Coração, pois esta técnica criada por mim está centrada no chakra cardíaco. Trabalho como terapeuta há 20 anos, combinando formações em várias áreas, desde o Reiki, a Cura Prânica ou a Terapia Multidimensional, até à aromaterapia, ao Kundalini Yoga e à psicoterpia somática. NOVO ESPAÇO em Lisboa — Rua Rodrigues Fonseca (ao Marquês de Pombal). Sessões de 1h30/2h, quarta-feira à tarde.

Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita, literatura e meditação, e também mentorias criativas individuais, para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico particular na área do desenvolvimento humano — Escrever o Coração

Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida. Podes ver algumas das minhas imagens aqui no site, em particular na galeria.

Queres saber mais, ou marcar uma sessão? Fala comigo — 966505716 (WhatsApp, Signal, Telegram) ou em viva voz.

Grata! Bem-hajas!

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