Unboxing

Nada como ter adolescentes na família para ficarmos a par dos novos conceitos culturais. Através da sobrinha de uma amiga, descobri um ritual chamado unboxing, em que as jovens partilham online com as suas fãs o prazer de desembrulhar compras. Trata-se de uma espécie de materialização do ímpeto de consumo desregrado, que nos recompensa com o rush de adrenalina de todas as boas drogas.

                  Contudo, aqui, quero levar à letra esta palavra, tomando-a por “desmanchar a caixa”. Isto porque, de momento, sinto estarmos todos a desmontar uma série de caixinhas onde nos tínhamos enfiado ao longo da vida, quer por escolha própria, quer por sugestão familiar e cultural.

                  De facto, os tempos não estão para modas. Antes nos vemos de cabelos em pé e colarinho à banda, enquanto mais uma caixa se abre e nos revela uma disfuncionalidade de caráter. Somos, pois, confrontados com muitos detalhes que, até hoje, preferimos ignorar, por cegueira ou preguiça.

                  Sim, estamos a ser empurrados para fora da caixa, também conhecida por zona de conforto — uma coleção de hábitos e cortesias estéreis que nos impedem de arriscar crescer. Nesta estrutura regular que nos sustinha, conhecíamos as regras do jogo e fingíamos ser as melhores pessoas do mundo, quietinhas e perfeitas. 

                  Como canta a Capicua, este “quadrado perfeito” pode ser também o lugar onde nos expomos nas redes sociais, oscilando entre vítima (faz-me espécie ver fotografias de “amigos”-desconhecidos no hospital, esvaindo-se em dor por um like) e, mais comumente, herói (sorrindo na vida dourada por festas e jantares de família). Prisioneiros do algoritmo e do reconhecimento exterior, vamos desfilando.

                  Neste instante, porém, tudo isso parece estar a desmoronar-se, de modo mais ou menos abrupto, causando chiliques ou dores de alma. Somos impelidos a sair da(s) caixa(s) para permanecer nus, sem disfarces, aqui e agora, reconhecendo a nossa pertença ao mundo.

                  Vão-se então abrindo sucessivas caixas, reveladoras do muito que temos para aprender e curar. Podemos continuar a recorrer aos mesmos truques fajutos, para obter idênticos resultados medíocres, como crianças grandes, a brincar aos adultos. Ou podemos acolher os desafios — dolorosos, prazerosos, compassivos, rigorosos, criativos, férteis — deste movimento, certos de que vamos gostar de nos (re)conhecer (mais) maduros.

#image_dianavalmeida — Santiago, Chile, Playing dead at the Art Museum (Jan. 2012)

::::::: Sobre o meu trabalho :::::::

O meu serviço centra-se na Criatividade, instrumento regenerativo que manifesto de diversos modos.

Ofereço uma terapia holística, que usa as mãos (para mover energia), taças tibetanas, cristais, voz e  sinergias de óleos essenciais  — chamei-lhe Afinar o Coração, pois esta técnica criada por mim está centrada no chakra cardíaco. Trabalho como terapeuta há 20 anos, combinando formações em várias áreas, desde o Reiki, a Cura Prânica ou a Terapia Multidimensional, até à aromaterapia, ao Kundalini Yoga e à psicoterpia somática. NOVO ESPAÇO em Lisboa — Rua Rodrigues Fonseca (ao Marquês de Pombal). Sessões de 1h30/2h, quarta-feira à tarde.

Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita, literatura e meditação, e também mentorias criativas individuais, para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico particular na área do desenvolvimento humano — Escrever o Coração

Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida. Podes ver algumas das minhas imagens aqui no site, em particular na galeria.

Queres saber mais, ou marcar uma sessão? Fala comigo — 966505716 (WhatsApp, Signal, Telegram) ou em viva voz.

Grata! Bem-hajas!

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