Lua Cheia_26 maio 2021
Num dos seus oráculos (Tarot de transformação), Osho refere a kalpatarus, uma árvore celestial da mitologia hindu capaz de materializar instantaneamente os pensamentos de quem dela se aproximasse. Ora certo dia, um homem incauto senta-se à sua beira e começa a magicar — da sua fome nasce comida, da sede, bebida; mas o temor de ver assim realizados os seus desejos leva-o a laborar no medo, acabando por lhe causar a morte. Esta árvore ilustra o poder criativo da mente e o seu impacto energético no campo experiencial, seja de modo imediato ou numa temporalidade mais lata que, segundo Osho, poderá mesmo alcançar outras (re)encarnações.
Se somos árvores e da cabeça nos crescem múltiplos ramos de pensamentos, recordemos ainda que habitamos uma floresta. A biologia diz-nos que, num ecossistema, as árvores comunicam entre si, sobretudo através de uma teia radicular que transmite mensagens em tempo real. De igual modo, vibramos num campo eletromagnético construído pela mente coletiva, em grande parte moldada pelos meios de comunicação e pelas redes sociais, mas também determinada pelo espírito do tempo (o Zeitgeist ) em que seguimos vivendo.
Esta Lua convida-nos a interrogar e a reestruturar as nossas crenças, de modo a podermos seguir mais livres. Reconhecendo o efetivo poder das ideias, importa ficar atento às maquinações da mente, assumindo o lugar do observador. A meditação — qualquer que seja a tua estratégia para alcançares o estado de plena presença — é o instrumento que permite chegar a este plano de consciência de maior neutralidade e, logo, de mais ampla liberdade. Vamos juntos criar espaço para as infinitas possibilidades de/do Ser.
Image Diana V. Almeida. Street Art, Lisboa.