Contágio criativo

Desde miúda (pelos meus 19 anos, perdoem-me os jovens que já se julgam adultíssimos nesta idade) que invisto na dança contemporânea, tendo começado como espetadora assídua dos Encontros ACARTE, na Gulbenkian, num esquema de poupança da semanada para comprar o máximo de bilhetes possível. Ia sozinha e abria corpo e coração a tudo o que as maiores companhias europeias de teatro-dança generosamente nos entregavam. Vi espetáculos tão extraordinários que ainda hoje me lampejam na memória.

Ontem, assisti a uma criação igualmente brilhante, numa parceria entre a Companhia Clara Andermatt e o Instituto Nacional de Artes do Circo. Com cinco performers em palco, viajei (juntamente com uma plateia cheia, no Teatro Municipal Joaquim Benite) numa trama de insinuações narrativas desdobrando várias facetas de ser(mos) humano(s).

O palco nasceu num círculo luminoso, por onde avançou uma personagem masculina grotesca, contorcendo o rosto em esgares de apresentador de prodígios, enquanto os restantes performers iam cruzando o centro em breves demonstrações de virtuosismo que me deixaram de imediato boquiaberta. Mas ainda não tinha visto nada, porque desde esse momento inicial de exterioridade — focado no show-off a que todos tantas vezes recorremos, fascinados pelo potencial da máscara —, o espetáculo foi evoluindo por uma extensa panóplia de possibilidades.

Segui a teia, sustendo a respiração de assombro e alegria, naquele contágio criativo que espedaça as referências espaciotemporais e nos precipita num vórtice interno de revelação e alvoroço. O movimento daqueles bailarinos rasgou os limites que queremos fixar para a nossa humanidade, abrindo portas a bichos e anjos, em cenas de redenção e terror.

Como queremos viver? Dentro da total liberdade dos nossos atuais limites, como escolhemos agir? De que modo o meu rosto abre amor ou condena? Como escolho trabalhar o risco da superação? Como amo e respiro?

A arte cria sempre mais perguntas do que respostas, sim. Desafia e abala. Que bom habitar neste desdobramento inquietante e fértil.

#image_dianavalmeida — Amigas, Lisboa, verão de 2011.

::::::: Sobre o meu trabalho :::::::

O meu serviço centra-se na Criatividade, instrumento regenerativo que manifesto de diversos modos.

Ofereço uma terapia holística, combinando energia, taças tibetanas, cristais, voz e  sinergias de óleos essenciais personalizadas  — Afinar o Coração. Na Colmeia (Antiga Escola Primária de Fontanelas, Sintra).

Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita e meditação, ou mentorias criativas individuais para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico particular de desenvolvimento humano — Escrever o Coração

Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida.

Queres saber mais, ou marcar uma sessão? Fala comigo — 966505716 (WhatsApp, Signal, Telegram) ou em viva voz.

Bem-hajam!

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