Endurance

Lua Nova, 30 dezembro 2024

Esta palavra do título — endurance — nem sequer existe no dicionário português; quando se procura, propõem que aguardemos ou sugiramos a sua introdução (prova de que a língua, afinal, vive mesmo dos seus mais afoitos falantes). E, por isso, vou já introduzir o que para mim ela significa. Saltando do sentido mais óbvio, que convoca um atleta correndo mais e mais, bofes de fora, mas sem dar sinal de fraco, podemos pensar endurance como o potencial de perseverar no processo de fazer acontecer qualquer coisa, vinda das tripas e do coração.

A materialização implica o desafio da permanência, além do fogo de artifício que celebra o momento heureca. É bom celebrar, sim, mas sem esquecer rumo, enquanto se desenrola o fio do acontecimento. É bom celebrar à medida das diversas pequenas conquistas, sim, mas, a longo termo — um dia tem tantos minutos, milhares de segundos, que concretizam, seguidos, semanas, meses, um ano, outro — importa ir apurando foco.

O compromisso da ação orientada é uma espécie de resistência ao abandono, num equilíbrio entre confiança e escolha. Andar ao Deus dará é, afinal, aquilo que nos resta, porém, como diz a sabedoria dos irmãos muçulmanos: “Confia em Alá, mas amarra o teu camelo”. Ou seja, somos nós as mãos da Deusa, para darmos corpo àquilo que sonhamos e, na sua Graça, esperamos poder vir a criar.

Na sociedade instantânea em que vivemos, tudo pede velocidade, ela mesma tomada por medida de sucesso. E vamos perdendo gentileza, atenção, paciência e silêncio, à força de querer ocupar o tempo vazio em que nada acontece e, portanto, tudo pode vir a dar-se. Então, endurance refere-se ainda à paciência da escuta e da espera, que se poderá manifestar como compromisso face a nós mesmos e ao outro, também ele preso no vazio que a todos, por vezes, ocupa.

Possamos, pois, pisar este novo ano cheios de endurance, fazendo, passo a passo, nas mínimas escolhas — em amor, serenos, confiantes, abundantes, gratos, dadivosos —, um mundo melhor.

#image_dianavalmeida — Caminho de Santiago, setembro de 2016.

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O meu serviço centra-se na Criatividade, instrumento regenerativo que manifesto de diversos modos.

Ofereço uma terapia holística, combinando energia, taças tibetanas, cristais, voz e  sinergias de óleos essenciais personalizadas  — Afinar o Coração. Na Colmeia (Antiga Escola Primária de Fontanelas, Sintra).

Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita e meditação, ou mentorias criativas individuais para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico particular de desenvolvimento humano — Escrever o Coração

Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida.

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Bem-hajam!

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