Lua Cheia, 28 outubro 2023
No desfecho do extraordinário ciclo de contos The Golden Apples, Eudora Welty anima uma imagem de Perseu exibindo a cabeça de Medusa, como se o golpe fatal fosse um gesto iterativo que aprisiona o semideus e a górgona na repetição infinda. Esta releitura do mito clássico revela o horror subjacente ao confronto heroico, que torna virtuosa a violência e, deste modo, legitima a morte. Aquilo que não reconhecemos como igual tem de ser eliminado, pois constitui uma ameaça à normatividade que, em última instância, sustenta o conceito de realidade partilhado por um grupo social, num dado contexto histórico.
Por outro lado, este trecho sugere a equivalência entre os papéis de carrasco e vítima, existentes numa polaridade contínua. A vítima reivindica, arroga-se, o direito de vingança daquele que a oprimiu, acionando um mecanismo que exclui qualquer outro remate senão o golpe reparador. Retaliar torna-se, pois, a única ação possível, numa lógica perversa e potenciadora da ciclicidade da violência.
Mais, quando me vitimizo abdico da responsabilidade de escolha, colocando-me à mercê das circunstâncias da vida. Nada posso contra um poder que me oprime, por isso as minhas ações deixam de ter caráter moral, são isentas de julgamento por serem à partida determinadas por algo que não controlo. Logo, abdico da busca de sentido e deixo de estar comprometido com a mudança, visto ser refém de uma conjuntura exterior ao meu desejo. O perpetrador e o mártir habitam um mesmo paradigma, oscilando entre polaridades que, à luz de uma perspetiva mais elevada, estão contaminadas pela agressão e pelo medo. Quando escolho ser vítima não perdoo, nem amo; sou pobre prisioneiro num mundo hostil, em que a minha existência se determina por oposição a alguém ou a alguma coisa maior. É urgente quebrar o loop. Agora.
#image_dianavalmeida — Street Art / S. Miguel, Açores, agosto 2020
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