Quem julgamos ser

Tudo em nosso redor conspira para que estabilizemos as narrativas sobre quem somos, construídas a partir das relações que estabelecemos nos contextos familiares, sociais e de trabalho. Convém à ordem estabelecida que os sujeitos sejam dóceis e previsíveis, cumprindo os seus papéis na engrenagem, de modo mais ou menos regular. 

Por um lado, o coletivo beneficia dessa constância, pois todos dependemos de uma série de gestos ordenados que garantem o bem-estar da maioria no quotidiano. Triste seria faltar pão porque o padeiro preferiu ir apanhar sol, sem substituto, ou encontrar o consultório vazio por a médica ter decidido ir beber café com os  amigos, precisamente na hora da nossa tão aguardada consulta.

Há uma parte de nós, porém, que se quer livre, filha do mistério. E, neste afã do cumprimento, amiúde esquecemos, ou preferimos ignorar, tal faceta. Seguimos (in)felizes na rotina que nos serve de escudo, evitando ataques de cisma. Temos tanto a fazer sempre, na pressa dos dias, amparados nos usuais gestos de sobrevivência.

E assim vamos fechando a nossa história, na crença de que somos sempre iguais, definidos por uma série de coordenadas fixas. Ora, nestas semanas de acrescida intensidade, confrontada pelos mestres que são todos aqueles com quem interajo, sobretudo de modo reiterado, dei por mim desfeita. 

E confrontei-me com a possibilidade de reinventar uma série de linhas ficcionais com que tenho tecido a minha vida, desde há muito tempo. Avancei sem drama, nem lamento. Pura e simplesmente dei por mim a imaginar novas hipóteses, que iam ao encontro de anseios profundos, tapados pela conveniência de ser igual à imagem que projeto dentro e fora.

Curioso, este embate com a dura congruência. O exercício de imaginação foi abrindo portas, que é como quem diz possibilidades outras, além daquilo que eu mesma cria ser o meu desejo. E o movimento fez desmoronar certezas, alimentou insónias e páginas de escrita, reveladoras, elas mesmas, de outras facetas futuras, quem sabe.

Neste processo de autoavaliação, percebi que me escudava em convicções advindas de certa insegurança estrutural, determinante de comportamentos padronizados. Rever estas paisagens internas não vai mudar o (meu) mundo num rompante, claro. Mas esta tomada de consciência é já o primeiro passo para poder recriar uma subjetividade mais fluida.

Feliz a liberdade de desconstruir quem julgamos ser.

#image_dianavalmeida — Self portrait in shadow

::::::: Sobre o meu trabalho :::::::

O meu serviço centra-se na Criatividade, instrumento regenerativo que manifesto de diversos modos.

Ofereço uma terapia holística, que usa as mãos (para mover energia), taças tibetanas, cristais, voz e  sinergias de óleos essenciais  — chamei-lhe Afinar o Coração, pois esta técnica criada por mim está centrada no chakra cardíaco. Trabalho como terapeuta há 20 anos, combinando formações em várias áreas, desde o Reiki, a Cura Prânica ou a Terapia Multidimensional, até à aromaterapia, ao Kundalini Yoga e à psicoterpia somática. NOVO ESPAÇO em Lisboa — Rua Rodrigues Fonseca (ao Marquês de Pombal). Sessões de 1h30/2h, quarta-feira à tarde.

Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita, literatura e meditação, e também mentorias criativas individuais, para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico particular na área do desenvolvimento humano — Escrever o Coração

Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida. Podes ver algumas das minhas imagens aqui no site, em particular na galeria.

Em parceria com a Sara Saraiva, estou a organizar o projeto Mulheres da Lua_2026, encontros online a cada Lua Nova, acompanhados por oportunidades de crescimento semanais. Quem sentir desejo de aprofundar este percurso pode juntar-se ainda a 4 retiros presenciais intimistas. É possível participar na totalidade ou apenas nalgumas destas propostas. Dia 21 de dezembro de 2025, facilitamos o primeiro encontro online para falarmos juntas deste percurso coletivo. Até lá, vamos lançar em rede pequenos desafios para que possas conhecer melhor a nossa parceria e a energia deste movimento.

Queres saber mais, ou marcar uma sessão? Fala comigo — 966505716 (WhatsApp, Signal, Telegram) ou em viva voz.

Grata! Bem-hajas!

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