Lua Cheia, 25 março 2024
Todas as interações em que nos envolvemos são oportunidades de cura. Desde o mais banal recontro com o caixa do supermercado, até às relações na esfera íntima, onde o tempo e a intensidade permitem um olhar mais fundo sobre as nossas dores. A raiz é a infância, claro, quando a nossa necessidade de aceitação incondicional acaba por ser gorada. E tal sucede sempre, necessariamente, pois lidamos com pessoas, também elas a braços com tensões internas por resolver, quantas vezes sistémicas.
Na verdade, o contexto familiar onde encarnamos acaba por ativar uma série de feridas da alma, cuja sanação temos vindo a buscar, talvez há milénios. O espelhamento oferecido pelos nossos cuidadores primários vai-nos permitir elaborar internamente um modelo de individuação, a partir do qual construímos a nossa precária identidade.
Ao longo da vida, de modo inconsciente, vamos recriando este cenário primal para procurar dar resposta, uma outra resposta, à nossa mágoa. Infelizmente, como sabemos, a tendência é entrarmos em piloto automático, sobretudo em situações de maior stress. Assim, repetimos réplicas, por vezes ipsis verbis — atire a primeira pedra quem nunca ouviu sair da sua boca incrédula a voz do pai ou da mãe, numa discussão! —, reforçando os padrões que aprendemos nos primeiros anos de vida
Ora, neste momento, marcado por tão grande mudança, o desafio será deslindar o paradoxo e construir, ir construindo, novos modos de agir. A rutura abrupta costuma ser de pouca dura, pois implica tal cesura que fica sem sustento. A lâmina cortando o nó górdio inaugura nova era, sem dúvida, mas a força é surda ao amor.
Sim, há súbitos momentos de revelação, em que vislumbramos um sentido maior. Mas somos seres moldados pela iteração, e as disposições internas requerem paciente constância.
Este movimento deverá, então — como de costume, naquilo que permanece —, começar pelo interior, na auto-observação e, sobretudo, na aceitação dos nossos traços de caráter, pois a resistência cria cegueira e mais atiça. Só abraçando a sombra a podemos entender e transmutar, deixando de projetar nos outros as nossas necessidades.
Queremos ficar maduros, cada um e todos, para construir um mundo onde possamos florescer, em singular e unida presença.
#image_dianavalmeida / Da série Mil Cravos, em exposição na Casa do Jardim da Estrela
::::::: Propostas :::::::
- Roda de Rainhas_Encontro de mulheres maduras / Arquétipo da Anciã nos Mitos: Hécate / Sophia / Héstia — 14 abril, 19 maio, 23 junho_Casa Pavan, Fontanelas_10h30-13h — Inscreve-te aqui
- Escrever o Coração_5 elementos na Casa do Jardim da Estrela_11 maio, 15 junho, 13 julho, 10 agosto, 14 setembro_10h30-12h. Participação livre! Inscreve-te no email umteatroemcadabairro.cjardimestrela@cm-lisboa.pt
- Mil Cravos_Exposição de fotografia, Casa do Jardim da Estrela_5 de abril-31 de maio. Entrada livre, terça a sábado, 10-18h.
::::::: Sobre o meu trabalho :::::::
O meu serviço centra-se em três áreas — Energia, Criatividade e Visão
Ofereço uma terapia holística, combinando energia, taças tibetanas, cristais, sinergias de óleos essenciais personalizadas e (se a tua pele quiser ser tocada) massagem intuitiva — Afinar o Coração.
Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita e meditação, ou mentorias criativas individuais para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico específico — Escrever o Coração.
Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida.
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Grata. Bem-hajas!