Assim se caminha, a respirar

Lua Nova, 19 maio 2023

Atravessamos um período histórico convulso, em que as matrizes sociopolíticas, económicas e tecnológicas estão em rutura. O velho mundo vai resistindo, sim, arrastando no seu estertor uma imensidão de seres (não só humanos, claro). Ainda que estejamos fortes e firmes no nosso propósito de vida, inabaláveis, seremos sempre recetáculo deste vasto e subtil campo de energia que habitamos. Já muito se disse sobre isto, em versões mais ou menos científicas, e hoje torna-se irrefutável a influência desta realidade maior, que engloba o planeta e molda visões.

O que há meia dúzia (um, dois, três, quatro, cinco, seis!) de anos parecia situar-se no domínio da ficção científica, hoje torna-se banal, com corporações a vender capacetes de realidade virtual, ou óculos de sol com câmara e telefone incorporados, mais acesso à internet. Vai deixando de nos espantar ver famílias à mesa do restaurante com as crianças (e, quantas vezes, os adultos!) encapsuladas no seu telemóvel, jovens casais a namorar de ecrã na mão, adolescentes que se esquecem de comer e passam noites em claro para continuar um jogo. Sabemos que o cérebro é maleável, em especial nos mais jovens, e vemos crescer ao nosso redor uma geração que parece mais capaz de viver dentro da rede do que no mundo, com os pés na terra.

Parece que a partir daqui se acentua a separação do corpo, a automatização do gesto, na progressiva indiferenciação entre orgânico e máquina. Já não falamos da mera reprodutibilidade mecanicista, mas da crescente hegemonia de uma entidade muito mais complexa e incompreensível (até para os seus criadores, como vêm admitindo publicamente), que se autoalimenta da informação que lhe é fornecida e propõe gerar uma realidade paralela. 

Cada vez mais seres humanos vivem desconectados da Terra, ou em luta com ela pela sobrevivência básica, em condições de violência acentuadas pela crise climática. As mega-urbes crescem, numa ilusão de abundância por cumprir que, por contraste, acentua as desigualdades. A velocidade quotidiana acelera-se, ao ritmo da competição individualista. Não creio em, nem quero alimentar, visões apocalíticas de destruição massiva. Sei, contudo, sinto, que é tempo de meter mãos-à-obra e começar a contribuir ativamente para alicerçar uma nova realidade.

Emergem, há décadas, modelos de vida alternativos, desenvolvidos já por milhares de milhões de pessoas em cooperação, baseados na sustentabilidade e na justiça social, na comunidade e no diálogo criativo. Os passos são curtos, um atrás do outro, e longa a viagem. Assim se caminha, a respirar, construindo a diferença, tecendo em conjunto novas possibilidades de ser e estar. Mais do que nunca, é importante regressarmos à natureza e ao(s) corpo(s), honrando a nossa conexão com a matéria, portal de expressão do espírito. E tu? Por onde escolhes seguir agora? 

#image_dianavalmeida Grounding

sobre o meu trabalho

Próximas DATAS — 1 julho: Escrever o Coração_ Tranquilidade (11h-18h30, Casa Pavan, Fontanelas, Sintra) + 24 junho e 22 julho: Caminhar no Coração, com Maria João Ferraz (10-14h, Floresta de Sintra)

O meu serviço centra-se em três áreas — Energia, Criatividade e Visão. 

Ofereço uma terapia holística, combinando energia, taças tibetanas, cristais, sinergias de óleos essenciais personalizadas e (se a tua pele quiser ser tocada) massagem intuitiva — Afinar o Coração. 

Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita e meditação, ou mentorias criativas individuais para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico específico — Escrever o Coração.

Realizo rituais fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida.

Dou também aulas de Kundalini Yoga, terça, das 18h30 às 19h30, na Casa Pavan.

Queres saber mais, ou marcar uma sessão? Entra em contacto comigo.

Bem-hajas!

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