Lua Nova, 10 março 2024
Ser humano é desafiante, sim. Todas as pessoas de todos os tempos, imagino, acreditaram que se encontravam a deslindar o mais complexo labirinto. Hoje, a rede de informação que nos embala e estrutura (num contexto de excesso onde é fácil perder pé, perseguindo teorias) acrescenta um repto muito particular — o foco. Como regressar ao centro?
No Budismo, os praticantes são convidados a Tomar Refúgio nas Três Joias — Buda, Dharma e Sanga; mestre, ensinamentos e comunidade. Reconhecendo a mutabilidade como constante da vida, os budistas creem ser importante escolhermos uma figura de autoridade; estudar e viver segundo uma filosofia ética; aplicar estes princípios no seio de um grupo.
Muitas religiões seguem estratégias similares. Porém, num mundo cada vez mais laicizado, será interessante considerar como podemos transpor este modelo para o quotidiano. Interessa-me investigar caminhos de resiliência pessoal e coletiva que partam da consciência e da conexão com o espírito, no sentido mais vasto da palavra, além de denominações religiosas.
Gosto do conceito “tomar refúgio”, que implica a possibilidade de alcançarmos um espaço de tranquilidade e segurança, um espaço de poder e de repouso, a partir do qual a ação se manifesta. No alvoroço da vida, onde tomas tu refúgio?
Estabelecendo um paralelismo com as “três joias”, podemos resgatar a ideia de mestre, considerando que poderá abranger qualquer figura inspiradora, desde um artista ou cientista, até aos nossos ancestrais, passando por pessoas com as quais lidamos no quotidiano, que podem tornar-se mestres por instantes, quando nos levam ao confronto com a sombra, por exemplo, ampliando assim a nossa luz. Os princípios que pautam o nosso movimento no mundo podem advir de um credo organizado, sim, mas também de ideais políticos, ou de uma síntese de interesses e valores, que vamos reconstruindo ao longo do nosso processo de maturação. Importantíssimo também é viver em comunhão, tecendo amizade e alegria, com uma comunidade de amor que nos sustenha e sustente.
Por fim, diria que estas três vertentes emanam de e convergem para o coração, centro energético de empatia amorosa, e também órgão que bombeia sangue, ao ritmo do cosmos — expansão, contração, expansão… Quando nos sentimos abalados pelo bulício do mundo, tomar refúgio no coração começa por respirarmos profundamente, criando de imediato condições de autorregulação fisiológica que nos permitem ativar o sistema nervoso parassimpático, responsável pela secreção de hormonas de bem-estar e harmonia. Talvez ajude fechar os olhos por instantes, para reforçar a conexão com o espaço interno.
Podemos (devemos, ousaria dizer, com risco de me tornar imperativa) reclamar estes momentos de pausa, no dia-a-dia, para visitar o refúgio do coração. Ainda que tal possa, de início, causar estranheza, em contextos mais pragmáticos e formais, pautados pela velocidade, importa respeitar e reforçar o equilíbrio, para podermos aperfeiçoar a nossa vida como joia, cada vez mais bela e radiosa.
#image_dianavalmeida / Retrato Sagrado: Filipa no Jardim da Estrela, Lisboa (setembro 2021)
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O meu serviço centra-se em três áreas — Energia, Criatividade e Visão
Ofereço uma terapia holística, combinando energia, taças tibetanas, cristais, sinergias de óleos essenciais personalizadas e (se a tua pele quiser ser tocada) massagem intuitiva — Afinar o Coração.
Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita e meditação, ou mentorias criativas individuais para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico específico — Escrever o Coração.
Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida.
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