à maneira de Sta. Teresa d’Ávila
pois se amor e palavra alinham distância,
a rapidez do corpo deixa-me
noutras paragens.
sou teu corpo
dito
génese.
sou teu corpo
dócil
filigrana.
sou teu corpo
tábua
engenho.
sou teu corpo
alado
queda.
sou teu corpo
carne
súplice.
sou teu corpo
agulha
alvo.
teu corpo
matéria
móbil.
sou teu corpo
trave
trapézio.
sou teu corpo
vivo
sagrando luz.
sou teu corpo
água
resgatado.
sou teu corpo
sopro
agora.
sou teu corpo
aberto
baú.
sou teu corpo
pele
poros pelos.
sou teu corpo
bicho
aaaaaaaaaaaaaaaaa…
sou teu corpo
ar
rodando dúctil.
teu corpo
bandeira
liberdade.
teu corpo
tangente
pecado.
sou teu corpo
eu
ensaio desejo.
sou teu corpo
dado
tantra-
deflagração.
teu corpo vencido
em doce guerra
meu corpo rendido
incêndio
a teus pés.
leste o primeiro poema do Cosmos e casas, que podes encomendar à Editora Urutau