Tudo o que nos chama

Lua Nova, 15 setembro 2023

O síndrome dos super-heróis leva-nos a colocar a ênfase nas soluções estrondosas e no aplauso: todos gostaríamos de poder pôr aquela cueca vermelho vivo e desfraldar a capa azul ao vento, partindo para salvar o mundo como raios. Infelizmente, já nem cabines telefónicas há onde possamos trocar de roupa, por isso talvez seja o momento de descermos à terra e pensarmos nas pequenas coisas que fazem o tecido da vida.

Por vezes, caímos na tentação de começar pelo fim, em vez de planearmos e contruirmos do princípio, passo a passo. Num cenário ready-made, tendemos a esquecer a história das coisas e os custos inerentes à sua (sobre)produção, crendo que ter é poder. O nosso tempo mecanizado serve a rentabilidade, tornando-nos prisioneiros do futuro prometido, em crescente aceleração, num estupor a que chamamos eficácia.

Fomos fechados em caixas automobilizadas e nelas viajamos eternamente, do trabalho para casa, de casa para o trabalho, parando no centro comercial, de quando em quando. Medicamos as crianças hiperativas; passeamos os animais de estimação com trela curta, em roda do quarteirão; temos medo das notícias e sonhamos com as séries da Netflix.

Assim seguimos sempre. Parar é morrer, bem sabemos. Respirar torna-se um luxo. Atentar, um desvario. Sorrir a estranhos, um perfeito disparate, onde já se viu. Seremos, pois, facilmente substituídos por máquinas, ou por super-heróis.

Saberemos nós ser humanos de modo mais humilde e paciente, percebendo que o instante é infinito e nele reside a riqueza? Pergunto para saber, sendo eu tantas vezes tragada pela cobiça da perfeição, que me projeta à velocidade do desejo para o espaço mais que perfeito. Como acolher a flor que cresce no interstício da calçada, os arbustos medrando no asfalto da via-rápida, o olhar curioso do menino de sorrelfa, a conversa da vizinha solitária, a dança do gato sobre o muro e tudo, tudo, tudo o que nos chama agora, incluindo o silêncio.

#image_dianavalmeida

sobre o meu trabalho

Menopausa em Círculo com Avani Ancok & Diana V. Almeida. Estás a chegar à pré-menopausa ou já deixaste de sangrar? Como te sentes? Como afeta este processo o teu corpo, as tuas emoções, a tua mente, a relação contigo mesma e com os outros? Junta-te em círculo com outras mulheres para partilhares a tua experiência e para empoderares o teu, o nosso, caminho. 30 de setembro (trimestral), 15h-18h, Shambala Yoga Reteats, Fontanelas. Escala de abundância, de 10 € a 30 €. Reserva o teu lugar até 27 de setembro enviando um e-mail para dianavcalmeida@gmail.com

O meu serviço centra-se em três áreas — Energia, Criatividade e Visão

Ofereço uma terapia holística, combinando energia, taças tibetanas, cristais, sinergias de óleos essenciais personalizadas e (se a tua pele quiser ser tocada) massagem intuitiva — Afinar o Coração

Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita e meditação, ou mentorias criativas individuais para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico específico — Escrever o Coração

Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida.

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Grata. Bem-hajas!

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