Nossa louca cabeleira de folhas

Lua Cheia 31 agosto 2023

Escutei há dias num rádio de passagem o clássico “Another Brick in the Wall”, dos Pink Floyd, e de súbito recordei o vídeo em que uma série de alunos de uniforme segue em marcha entre paredes de tijolo cinza, os rostos inertes tapados por máscaras vazias, acabando por cair numa gigantesca máquina de picar carne. Este retrato cáustico da força das instituições para moldar o pensamento e aniquilar qualquer centelha de criatividade termina numa orgia de rebelião destrutiva, com os jovens deitando fogo à escola.

Curiosamente, trocando mente por espírito, ouvi o refrão de protesto cantado pelo coro de crianças como “We don’t need no soul control” (no original, “thought control”). De facto, como professora, reconheço o imenso poder do ensino para moldar o pensamento e, de um modo mais insidioso, condicionar a vitalidade e o desejo. Por isso, sabendo que só sonhando se conquista, para mim mais importante sempre foi convidar os alunos a desenvolverem a imaginação e o sentido crítico.

Porém, um mestre só semeia, cabendo-nos a nós regar as sementes que queremos ver florescer, e arrancar pela raiz, vez após vez, quaisquer plantas espinhosas, que impeçam a vereda. É um trabalho de vida(s), feito e refeito à medida dos teus passos, pois o caminho circula ele mesmo por circuitos renovados.

Neste retomar de rotina, quando declina a luz do verão, somos chamados a rever rumo, vendo que lugar ocupamos agora no mapa da vida. Por vezes, tornamo-nos funcionários de nós mesmos, acantonados na certeza da repetição, pois se há contas a pagar, filhos a criar, família para agradar, narrativas prévias onde encaixamos sem luta, mais um tijolo no muro da inércia…

Cada semente guarda em si segredo único. Cada ser nasce inteiramente singular, no excesso criativo divino. Contudo, quantos ramos vamos podando cegamente para esconder a nossa louca cabeleira de folhas, para assumir um confortável, seguro, lugarzinho à sombra? O que escolho eu tornar-me, a cada instante, em foco de ação consciente, no plano da matéria?

#image_dianavalmeida — Street art

sobre o meu trabalho

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Grata. Bem-hajas!

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