Lua Nova 8 abril 2024
Estamos a ser levados ao limite, no convite de iluminar as zonas obscuras da nossa consciência recauchutada com boas intenções e pequenez, para melhor cabermos nos lugarzinhos que nos reserva a família, o trabalho, a sociedade em geral, que busca ainda cidadãos obedientes e bem-comportados. Medra, assim, em nós a raiva recalcada, escurecendo a fruição da alegria e a possibilidade de um diálogo honesto connosco próprios.
Enfeitiçados pela promessa do exterior, guiamos os dias pelo aumento de produtividade e pelo acúmulo de sucesso, diretamente traduzidos em bens materiais e na corrosão ecológica e humana do planeta. Enquanto nos nortearmos pela lógica da adição, nunca conseguiremos honrar a gratidão e havemos de continuar a embater em espelhos, espalhando estilhaços e acumulando milénios de azar (também conhecido como karma).
Tudo começa dentro, e o grande engodo civilizacional, no ocidente, desde há milénios, coloca o alvo fora de nós. Vivemos aterrorizados pelo controlo dos senhores da guerra, alienados pelas igrejas ou esvaziados pelo materialismo, que recusa a natureza espiritual do ser humano, procurando ancorar o Ser na racionalidade (em última instância, propulsionada pelo engenho mecânico de repetição e acrescento).
Será talvez tempo de parar. Respirar. Olhar em volta e reconhecer tudo o que temos, suspendendo, por instantes que seja, a ânsia de mudar o que quer que seja à nossa volta, pois estamos aqui, antes de mais, para realizar um trabalho de alma. É tempo de parar e lamber as feridas — não em modo de “triste viuvinha”, que se compraz em carpir as injustiças de que foi, é e sempre será eterna vítima —, mas em ritual de cura. Escudarmo-nos no papel de injustiçados e no desejo de retorno a um passado idealizado, em que a ordem reinava no lar e na pátria, é negar a fluidez do tempo e a evolução histórica coletiva.
Possamos ter a força e a sensatez de largar o queixume e abraçar o mundo em movimento amplo. A mudança é feita por ti, por mim, por nós, começando por um olhar interno (que pede reflexão e trabalho, sim!) e crescendo para acolher os outros, na sua diferença singular, na sua imensa riqueza.
#image_dianavalmeida / Da série Mil Cravos, em exposição na Casa do Jardim da Estrela
::::::: Propostas para o 1º semestre de 2024 [clica nos destaques laranja para mais info!] :::::::
- Roda de Rainhas_Encontro de mulheres maduras / Arquétipo da Anciã nos Mitos: Hécate / Sophia / Héstia — 14 abril, 19 maio, 23 junho_Casa Pavan, Fontanelas_10h30-13h — Inscreve-te aqui
- Escrever o Coração_5 elementos na Casa do Jardim da Estrela_11 maio, 15 junho, 13 julho, 10 agosto, 14 setembro_10h30-12h. Participação livre! Inscreve-te no email umteatroemcadabairro.cjardimestrela@cm-lisboa.pt
- Mil Cravos_Exposição de fotografia, Casa do Jardim da Estrela_5 de abril-31 de maio. Entrada livre, terça a sábado, 10-18h.
::::::: Sobre o meu trabalho :::::::
O meu serviço centra-se em três áreas — Energia, Criatividade e Visão
Ofereço uma terapia holística, combinando energia, taças tibetanas, cristais, sinergias de óleos essenciais personalizadas e (se a tua pele quiser ser tocada) massagem intuitiva — Afinar o Coração.
Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita e meditação, ou mentorias criativas individuais para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico específico — Escrever o Coração.
Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida.
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Grata. Bem-hajas!