Lua Cheia 25 janeiro 2024
Muito se fala da criança interior e das feridas de infância. Sabemos que não há parentalidade isenta de erro e graças a D. Winnicott até podemos dessacralizar o papel da mãe que, longe do coração sem mácula idealizado na tatuagem do braço dos marinheiros, teve amor suficiente por nós. Este conceito é, na verdade, libertador, pois lembra que, numa longa (a mais demorada entre as crias mamíferas!) fase de extrema vulnerabilidade, fomos alimentados, cuidados e amados. A prova é que estamos aqui, vivos e aos pontapés, como diriam os anglófonos.
Claro que a minha, a tua, mãe poderia ter sido muito mais compreensiva, carinhosa, dedicada, disponível, atenta… mas, por certo, fez o melhor que pôde, e a mais não é obrigada. Aliás, quem entretanto teve a bênção de ser escolhida como mãe — que assim vejo a descida de uma alma até ao corpo gerado por dois seres que, vamos acreditar, se amam — já percebeu na pele a imensidão desta tarefa.
Somos humanos e temos dias de merda (perdoem-me a franqueza) em que nada parece encaixar. Só nos apetece correr para uma gruta funda e ficar de cócoras a chorar, horas a fio. Mas o mundo clama a nossa presença plena, os nossos filhos estendem a mão, olhos imensos, abertos à mais funda ternura. E nós, zás, cortamos-lhes as vazas numa resposta seca, que lhes traz à tona o choro. Amaldiçoando a nossa falta de jeito, talvez recordemos, então, com ternura compassiva, as falhas dos nossos pais.
E assim, lágrima a lágrima, vamos perdoando a nossa mortal condição. Todos sofremos. Parece ser este, ainda, o caminho para o crescimento na “dureza da matéria” (citando o meu caro psicoterapeuta). Será tempo já de deixar a lamúria e arrancarmos em frente, reconhecendo a força que nasce do trauma integrado com compaixão, na constante disponibilidade para a escuta interior. A cura é um caminho contínuo. Cabe-nos agora, no perene presente da existência, reclamar a força advinda da singularidade da nossa história.
#image_dianavalmeida — A Graça desenhando estrelas
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O meu serviço centra-se em três áreas — Energia, Criatividade e Visão
Ofereço uma terapia holística, combinando energia, taças tibetanas, cristais, sinergias de óleos essenciais personalizadas e (se a tua pele quiser ser tocada) massagem intuitiva — Afinar o Coração.
Proponho workshops de desenvolvimento humano, unindo escrita e meditação, ou mentorias criativas individuais para desenvolveres um projeto de escrita ou trabalhares um tópico específico — Escrever o Coração.
Realizo Rituais Fotográficos que honram a beleza singular de cada Ser — Retrato Sagrado e Corpo Vivo: Deusa Grávida.
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